sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Óh Poesia.


A ti, poesia
Ofereço a minha vida inteira,
Para jamais parecer de mal grado por tê-la.
Donzela mais bela,
De volúpia ardente.
Oferecei a ti, toda a minha gesticulada existência.

Que quando o instinto de fêmea
berra no peito queimado, é a ti que recorro,
Óh poesia estupenda!
É contigo que aprendo,
que registro emoções
com as palavras que não temem o papel.

Graças a ti, que vem do meu lado,
do meu pedaço mais puro, Poesia.
És a pupila de minh'alma
E grata estou!
Pois és também meu vestido e terno:
Eu me visto com a sua graça.

É pensando em ti, óh Poesia,
Que canto o arrepio sutil que me sobe a nuca,
na emoção de viver.
Tu serve-me de mazelas,
que mesmo tristes, se expressadas por você,
Óh Pesia,
elas se tornam coisas belas!

Eu me sinto até elfa, fada, ninfa, não sei...
Te sinto tão a flor de minha pele!
Sinto-te em mim como um dos meus melhores presentes!
Te sinto quase como um dom,
Óh Poesia!
De tão divina que tu és!

Me pergunto:
Eu vim de seu ventre divino,
ou você quem vem de mim?
Poesia! Não te nomearei de Carmélia, Bromélia.
És tão abstrata,
que te vejo como fonte de meu ser.
Mas quem sou eu?
Quem eu seria sem ti, Poesia?
Isso me renego saber!

Amo-te tanto
que os calos em meus dedos, não faço a mínima
questão de conter!
Por isso já lhe dei meu corpo!
Pois mesmo quando me fala do desejo de carne,
És purissima!
És magnifica!

Ah, Poesia...
Serei seu veiculo,
entre eu e você,
Meu corpo como instrumento...

Eu poderia falar de ti,
para ti também,
por um dia todo.
pois me abre os olhos para o escândalo estrondoso de cada detalhe,
que tu pintas num quadro qualquer de um pensamento meu!
Amo-te, já disse!

E eu, quando morrer, lhe darei mais vida!
Óh, minha melhor amiga,
Eu serei mumificada por ti quanto partir!
E digo, repito:
Se a minha vida for cíclica,
Te quero na próxima.

Serei pagã a ti!
Com devoção,
Quase obsessão!
Afinal entreguei a ti minha existencialidade,
Óh Poesia!


E quando falo de ti,
não falo de apenas um Eu Lírico,
Falo de mim toda..
Não falo dos versos languidos que posso despertar
nesses homens,
Eu falo de sua grandeza,
De sua pureza!
Pois sou toda sua, e,
e eu sou a fonte tua,
Óh poesia!

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