quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Relato.


Eu sai desses locais abafados,
Meus Deus, como eu precisava respirar...
Com toda aquele fumaça interferindo a minha frequência, já delinear!
Sentei num dos bancos que desenham a avenida,
olhei para a Heineken dela,
e ouvi dizer se queria acompanhar!
Olhei seu caderno com letras descoformes,
Eu perguntei o que era aquilo preenchendo as linhas,
e, ouvi ela dizer que eram cronicas,
eram as cronicas de uma vida só...
Observei um pouco,
e senti que além das palavras,
necessitava da cortina do seu quarto, no embalo do vento do ventilador,
só para me acalmar, me deitar no chão do seu quarto,
com aquele incenso de patchouli que só ele tem.
Nesse tarde, de noites sucintas,
me tornei até mesmos os signos,
querendo previsões corretas sobre nós!
Algo plano, uma cama talvez...
Como recortar uma cena do tempo,
preenchendo seu ' layout ' como eu quiser,
desenhando, nas minhas manobras de insensatez!
Rebuscando previsões inexatas sobre nós!
Libra da astrologia... essa calma nostalgia!
Eu cheguei a procurar nossos reflexos difusos nas vitrines da cidade que se deixará,
sempre deixa,
e fica onde quer estar,
a mente é assim, não bastam proporções de massas corretas,
ou até mesmo espelhos que refletem para seus olhos o que você pensa que de fato existe,
Pois o estar, pode ser em simplesmente pensar!
Pensei que poderia ter sobre nós algumas previsões exatas...
Mas não passou do marasmo incendiado pelo incenso,
e eu deitada naquele chão ouvindo o arfar do seu peito já queimado de tanto em cima de mim sambar,
estando tão longe, quando na verdade mais perto está,
e eu quis mais,
por isso resolvi fechar os olhos e pensar!
E por mais que eu queira, flor, você sabe que eu falo de você, mesmo com todo o rodeio relatado,
não vai ser assim, de mãos dadas e perto quanto se quer no mesmo lugar...
Observei a cortina acariciando a parede do quarto, até apagar.
Depois, como estava restando só a bituca,
resolvi abriri a cortina,
protegida pelo vidro que já estava embaçado, e respingado das gotas
da tarde tempostuosa que já te avistava,
mas ela me conhece,
passei um batom vermelho,
e disse ao meu prefácio com a Heineken na mão:
- Sorria querida, por que hoje você será intrevistada!

Andrea Kirkovits

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