quarta-feira, 23 de março de 2011

Um Renascer.


Mas eu, grandioso como o vento que foi soprado e
ninguém o sentiu,
Ainda hei de renascer da sombra,
da negra rosa,
Com o fervor de quem tem vida, veias.


Como um trovão,
vou soar assim, repentina!
E as penumbras de dor no seio placido,
Também hei de cessar...

Tudo seria calmo, com a certeza da proxima estação...
O outono já vai emoldurando os momentos futuros,
com suas cores vivas; seiva de vida.

Não haverá mais um céu roxo,
pela chuva que ali habita;
Não haverão mais tarde recheadas de cor âmbar...
Tudo será azul resplandescente, e,
seriamos as estrelas!
Eu, grandiosa, sairei de minha própria dor, invicta!
Definhando devaneios inerentes aquele que também humano,
Pulou minha muralha, e,
roubou minhas rosas prezadas na janela.
Mas este, ainda vai perecer, como um fardo duradouro,
na insistencia de uma erva daninha.


E eu,
não estarei mais enfurecida:
Tudo pende ao alvorecer de uma aurora,
explodindo em meu peito inebriado.

Ali,
jazia lúcida,
a fonte que luzia em insana perpetuação...
Ali,
naquele ventre obscuro, como
cento da terra,
nasce a rebelia de um poeta...


Mas eu, por indiferença a esses humanos,
que ao meu redor, incrivelmente, transfiguram-se para urubus...
Eu, vestida com o polén que se acomoda no bico de um beija-flor,
Por tanto viver,
ainda hei de finda-me por falar com as árvores,
com as pedras!
Mas há algo que transpassa isso tudo:
Em qualquer lugar que vós posso imaginar,
uma pedra quer ter vida,
então, nela, um rosto foi de graça, esculpido! Então:
Forte, ainda hei de seu castigo invejoso renascer...
O que se vê ali, é uma mulher em desatino,
por causa de insana realidade.


Andrea Kirkovits

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