sábado, 14 de maio de 2011

Cénico, cínico..
Árvores de cimento, folhas pintadas de cinza.
O incenso queimando devagar,
até o teu corpo alcançar, nesta terra fria,
subi as escadas, branquissima, quase que esqueci
que as vezes, não ter cor faz parte.
Mas foi ardente: volúpia me lembra lascivo,
e a palavra lascivo, já me devora...
A graça está no acaso:
Queima de repente.
Desejo coagulado, na face alheia afundada
no travesseiro.
Carisma, mais gole, carisma, e mais tantos goles.
Descobrindo preliminarmente.
Contra cénico:
apagam-se as luzes.
Aqui... Vêm mais um dia.

Andrea Kirkovits

Um comentário: