segunda-feira, 13 de junho de 2011

Quero.

Fotos penduradas nas vias improvavéis da minha memoria,
Algumas cartas amassadas, mas o curinga é esperto e ele me escapa.
Frascos pequenos: malícia, persuasão, desejo...
Faro cognoscitivo interferido.
Alguns sonhos ininterruptos, de perturbar mesmo de olhos já abertos.
O que acontece já passou, pois essa realidade me transpassa os dedos,
e eu já não quero controlar - passou.
Não esperarei mais. Não serei mais.
Não contarei mais horas repetidas.
Não mais.
Algo me inspirou egoísmo, algo me assoprou altruísmo,
Algo que não foi você, alias, quem é você?
Incompreensivel, como se realmente eu tivesse nascido na época errada.
Mas é claro que a gente se esforça pra se vestir do momento atual.
É muito chato você ser uma raposa, e ficar escondido nos arbustos, esperando...
Quero mais é mostrar os dentes, quero sorrir a minha fúria, momentânea.
Quero sair daqui, ir ali.
Deitar nas relvas, lembrar que posso me lembrar.
Quero um pouco menos de compromisso, um pouco mais de improviso.
Quero que esqueçam o que sou, e olhem com os olhos mais abertos.
Eu quero me esquecer das circunstâncias por um momento.
Quero menos especificações, mais coragem de não ver.
Eu quero... Quero tudo o que não se pode dizer.
Esqueci da palavra, e, não se pode reverter.


Andrea Kirkovits

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