quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ultima Visão.





Entrou numa cafeteria,
logo resolveu sentar-se.
No meio do cheiro dos charutos,
só sentia o cheiro de seu cigarro!
Observava a fumaça que do mesmo saia 
e que se misturava com a de seu café.
Tomou-o em um gole só e saiu!
Nada mais o satisfazia..
Resolveu ir embora para sua casa,
tão parecida com ele!
Descia as ruas observando, absorto, 
as pessoas que o indagavam intimamente, silenciosamente!
Atravessou seu quintal,
antes de entrar ele parou na soleira da porta e 
a observou: já estava tão velha, rachada e manchada pelo tempo,
assim com ele.
Entrou:
Observou a escuridão que lambia seus olhos,
a cada degrau que ele subia, mais essa escuridão 
e a frieza da casa o envolvia!
E aquele ser já estava tão parecido com ela!
Enfim, parou no terraço:
Sentou-se na sua poltrona preferida,
ficava numa varada ali mesmo.
Cansado já de tudo,
pode observar seu ultimo por do sol,
e tão inebriado e feliz ficou com a visão
que já não se permitia
há tempos (trabalhava muito)!
Morreu ali mesmo,
encanto pela simplicidade que existe 
nas coisas que a vida oferece,
que se esquece de observar e admirar,
e que quando se vê, as vezes assunta.


Andrea Kirkovits

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