quinta-feira, 4 de julho de 2013

Estado de Ser





















Chuva que de gota em gota
empoça minh'alma.
É como as palavras que
podem definir o vento,
mas não existem elas neste.

P'la chuva via salpicar
a areia dos tempos, do destino,
do moinho de outrora, aurora.
Definha, sendo essa uma naturalidade
absurda, absorta, abusiva dos sentimentos.
É que definha sem percebermos.

Sinto a chuva e de repente,
como alguém que olha a
própria fotografia, pensa:
Envelheci.

A chuva me faz de açude,
permanente.

Está chegando,
deixe-me ir...
Tal risonha a escutar o canto,
um som que não sei quem canta:
se é a chuva, as arvores, os gnomos...
As asas das borboletas...
Quem sabe todos juntos.
Tal risonha com os olhos cerrados,
eu vou.

Estou simples, aérea, dinâmica,
absurda de vontade...
E tal tão risonha, que me foge...
Deixo voar.

Ser feliz, por minimo motivo,
é um estado exato e magnifico de ser.




Andrea Kirkovits

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