segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sou dois.

A cena lida
foi escabrosa no seu deleite alpestre.

A cena é de quem melhor lida,
e depois de lidar,
de qualquer maneira,
na sobriedade vil ou não,
as luzes se apagam e a tudo se perde.

Nem tudo:
Cena alpestre.
Sei ainda de sua textura,
que mesmo áspera é cheia 
de candura. 

Vejo por meio do ósculo,
minha ergometria:
Sou dois!

Meu Deus, 
como eu sou dois.

Me sinto como quem fala 
via anonimato:
Já que sou dois,
escrevo pra todos.

E esta hora em que escrevo
pensando em você,
vale por tudo o que nos falta.

-

Nalgumas vezes,
quando o poeta alcança o cume
das montanhas,
se perde,
se estonteia deverás com a vista de cima.
E volta para lembra da sua aspereza alpestre.


Andrea Kirkovits 




"...Uma só das horas tuas

Valem um mês 

Das almas já ressequidas..."


Machado de Assis


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