sexta-feira, 1 de junho de 2012

Açude de Mim.

Agora, eu me sinto um açude,
represa de todas as minhas emoções...
Açude porque já não sei o que posso dizer e o que devo deixar de dizer.
E o que sem querer escapar e transbordar?
Isto possivelmente será o necessário para te inundar, te afogar!

Deitei e observei o céu gravado em meus pensamentos,
céus de antanho.
Céus de outono que já vivi e que não me esqueci,
e então me interroguei com uma só pergunta:
Pra que perder tempo com emoções passadas?
Ao invés disso, quero fazer valer as despedidas.
Quero o jubilo de observar o sol tocando generosamente o mar.

Agora, só não quero represar e nem desprezar por repreender
sem a minima necessidade...
Não quero cogitar sortilégios que imputam ações descartáveis.
Vejo prolixidade substituindo objetivismo:
Labirinto interno,
onde sorrateira me encontro ou ao menos tento,
e se encontro,
são anseios dessas angustias repentinamente despertadas e banhadas em ansiedade.
E assim, ansiosa eu rogo pelo objetivismo e simplicidade!
Então, fico apenas observando esses meus céus de antanho
e de outono.

Andrea Kirkovits