terça-feira, 17 de setembro de 2013

Deixe estar.












Neste exato momento sou invadida por uma euforia
que já me entristece,
mas não tão somente,
é que sei: vai passar, vai se esvair!
E eu gostaria a ponto de implorar que fique,
assim viveria a milhão,
tanto quanto sei que é o quinhão de minh'alma...

Quero erupções,
quero transbordar:
os copos,
os cinzeiros,
as mesas,
as ruas....
Os muitos amigos,
que já não passam 
de conhecidos.

De forma
contingente,
latente,
pungente,
efervescente.

A vida está tão séria,
e meus sonhos são tão loucos:
mágicos, contagiantes, inebriantes tão 
"Heavy in Your Arms",
tão coloridamente febris e lascivos, e
aventureiros, e acho que os sonhos são 
um dos nossos segredos!
E meus sonhos são o meio termo entre a loucura e a realidade,
é aquela linha tênue!
E lá eu faço o que quero, esse é o perigo.
Por isso eu entendo, com base nisto, como e porque 
muitos enlouquecem!

É massante essa vida cheia de contas,
que as vezes prefere-se os sonhos:
simples assim,
sem psicologo ou psiquiatra!

E eu sei que fujo para os livros,
para as memoráveis lembranças,
pros bares,
pros andares da imaginação,
numa eterna sucessão!

E fico num vislumbre da voz dela,
que me acalma e que me viciou:
Chega a ser angelical,
quase um pecado por ser tão perfeita.
E eu nem a conheço,
mas músicas são um "santo" remédio para alma!
"Only It For a Night".

Num tanto quanto eu nem sei,
não me esqueço de nada,
mas sim, infelizmente são poucas
as coisas, as pessoas e os momentos que eu lembro.
Mas me lembro de alguma maneira e sei que todo mundo
tem a sua vez de jogar,
de mostrar, de gritar, de arriscar e
de ter medo de errar e por fim
silenciar.


Andrea Kirkovits


 

domingo, 8 de setembro de 2013

"a hora da estrela"

Toda matéria é divina:
quando depositamos amor nesta,
passamos a ama-la,
e esta matéria passa a ter poder!
Entretanto eu fico perplexa com sua superficialidade
de não perceber, então se quer entender o que
claramente lhe digo.

Todos temos uma parcela de tristeza!
Você tem também e eu sei bem disso...
Já provei desse ardor amargo que seca a sua boca!

Eu tenho a minha parcela de dor,
e é daí que pode-se obter uma resposta:
Ela é minha cura (clichê e simplório, não!?) eu sei...
Mas Ela é quem me salva da podridão e carnificina humana...
Ela é quem me mostra que pode ser diferente.
-
O amor não é meramente uma dor,
nem um poema que é escrito a base de conta gota,
pois quer destilar bem as palavras,
porque o ego fala mais do que o amor em si
fazendo com que nunca seja dito o que realmente engasga e
sufoca, e aperta, e te mata de tanto consumir...
E isso é um erro... Um erro não se entregar.

Mas a vida com calma mostra que na maioria das
vezes para termos o que queremos não devemos,
mas precisamos nos colocar em segundo plano.
É preciso abrir mão e ceder!

Eu entendo a sua parcela de dor egoísta e azeda.
Eu entendo a minha parcela de dor desnecessária e
compreensível!
Entendo a parcela de dor que Ela tem,
pois deve estar sempre neutra.

E em meio toda essa embriagues de incerteza e insensatez,
e não, querida, não tomei nenhuma dose de gim,
todos nós temos  hora de estrela!
Acontece que nem todos fazem o pedido certo!
Acontece que nem todos sabem interpretar o momento como é,
e então perde ele numa eternidade infindável e impossível de recupera-lo.

Eu sei bem a força que tem a sutileza.
É preciso estar sempre atento,
se não passam se as horas e as estrelas.

Andrea Kirkovits
08/09/13