segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cevada.





Esses sabores, que degustam minha boca,
que são em sua salobra tão convidativas.
Faz escorrer de delicias num rio
em cima das costas, o mundo
das maravilhas,
nos permitindo flutuar
sob essa nuvem de
pétalas de flores
de todas as cores,
aflorando nossos
mais remotos instintos,
nos fazendo prosear
sobre fantasias gostosas,
nas constâncias sem ''birra''.

Um dia a lucrar,
de tão sedenta,
saliva-me em seu ardor,
de fazer desejar todo
seu mais surreal prazer,
fazendo do seu, o nosso..
e por assim ser,
existimos na mais rara sintonia nas entrelinhas,
onde acontece nossa pomposa troca de conhecimento.
Loucura não imaginar,
imaginando;
Pedimos o sabor sem virgula no alge das brilhantes
cevadas.


Andrea Kirkovits e
Thiago Pires

domingo, 28 de novembro de 2010

Rua de Amigos.


As sobre-linhas sobre postas
nas minhas costas,
pesam no arfar,
no fazer,
no dizer..
Em simplesmente estar,
nessas ruas com você,
de ruas de amigo.

Todas as suas duvidas de reticencias,
elas não vão me parar,
quem me dera um dia poupar!

Meu amigo,
sente-se que vou lhe falar:

Que aqui nesse bar,
quantas vezes chegamos a nos embriagar,
de doses doces,
de doses de caretas...
Vamos tomar um café,
que de outrora lhe prometi.
Me atrasei,
me confundi!

Vamos olhar as reticências nas nuvens
embriagadas de vários pares de olhos,
à também observar;
Talvez procurando respostas pra nós,
ou, talvez divertindo os olhos!
Com os dragões que ali se desenham,
pronto para nos levar daqui para lá, e,
de lá, nos levar num ápice de frenesi,
com 'Nosferato' de sua imaginação,
nocivo.

Vamos pular esses dias que nos vem,
até nos cansar!
Mirando vertigens,
Colorindo nossos dias virgens,
na cidade de milagres da alma!
Que de nossa audácia fazemos aqueles
passageiros se encantarem com as ruas,
que à muito já,
também são passageiras,
de acordo com nossos passos e
que elas acompanham.

A nossa rua de amigos,
vai sempre estar.
Se estendendo por mundos,
quebrando mausoléu...
Pois nunca enterraremos esse sentimento,
de viver em cidade grande, pequena, média, outra dimensão!
Sobreviveremos nas ruas claras ou escuras,
De jurar amor mesmo dentro da solidão!

Uma menina louca, de doces devaneios.
E, um menino de comédia,
sem medo de pintar o nariz,
e ser mais, muito mais que feliz.
Satirizando até mesmo sua dor...
Não teremos medo de torpor.
Somos assim, nessas ruas de amigos.

Andrea Kirkovits

Onda Salgada

Meu canto não é de dor,
Não é de saudade,
Não é de mais nada

além da felicidade que te escapa.

Aquela felicidade vem até mim,
pela onda desses mares,
Iodados.
Salgada é essa felicidade
quando a sinto na língua,
Assídua demais,
ela corta.

Esses feixes de luz,
dando entrada ao sol
da aurora que vivi,
que anuncia a sua chegada, e,
que você tenta tampar com a peneira,
se concentrando nas falhas apenas.

Esquecendo assim a vil galopada,
Fazendo de rédeas,
meu amor de galopada!
Minhas asas assim,
ficam a mil entristecida!

Se assim,
com essas ondas
salgadas,
Você vai afogando meu amor de galopada.

Andrea Kirkovits

domingo, 21 de novembro de 2010

Carmelita.


Contei a lua:
Que esse amor que eu não sei de que,
Tem sido de expressões difíceis!
Árduas de paralisar,
de me fazer desacreditar...
Meu amor, parece que não caibo na tua
imensidão..

Dei-te um beijo nas tranças,
para acalmar..
Bem que a Carmelita me disse,
que isso não ia o sossegar!

Larga esse seu sistema majoritário de me amar.

Carmelita me disse que eu preciso
de férias para amar...
Preciso de uma imensidão,
vezes o infinito,
pra eu te encaixar...

Meu amor, você sabe que eu
quero estar com você, quando precisar...
Quando estiver escuro,
e, mesmo que com tua astucia,
você não saiba pra onde vai!
Quero no final do caminho estar a te esperar!
De qualquer forma,
a dama da noite há de nos iluminar,
nunca falhou e nem há de falhar!

Carmelita me serviu de uns cafés de outrora,
com doses de magnitude de sua existência,
com uns pingados prateados na xícara,
de estrelas cadentes pra me contentar...
Esses cafés de outrora, me faz pensar!
Fiquei tantas noites estendidas na terra a te ouvir e admirar!
Oh, Carmelita!

Disse-me ela, que não sabe como esse amor não me apavora!
Ela falou-me,
aquela criança divina,
com a testa fincada em rugas
de preocupação:
Sou mãe das mulheres,
minha filha, e, me diga,
quanto tempo de rédeas e pressão ainda lhe
são cabiveis no peito, e, no seu cálice de vida jovem?

Dei um beijo nas tranças de Carmelita, e,
tão desnorteada, não sabia a resposta vã, mas lhe disse:
Lua, lua, lua! Já disse que um dia meus fardos hão de
se cansar, e ai, é com você que eu vou querer me casar!
Quanto ao menino de amor faminto,
e do meu amor sem pressa?
Disso eu não sei não Lua,
Jogue me suas tranças, ou,
eu me jogo de vez na lucidez desse amor de embriagues!
Dessa vida sobre terras concretas...

Carmelita,
Carmelitinha...
Prateada, serena...
Dei-te um beijo nas tranças,
respeitoso...
E fui-me embora!
Esperando a próxima chance de observar.

Andrea Kirkovits

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Recanto.


No mais, parecia-lhe estar desvencilhando..
Mas, no mais, será apenas mais um feriado desses,
sem meu amor,
como tantos,
como muitos e muitas.

É mesmo de se perder naquele marrom,
da sua íris de topázio, muito nítidos,
onde me crusificam esse amor.

Que aqui no meu canto,
onde o recanto,
perde todo o encanto,
se ele não vêm ao meu encontro.

Quem vai desarrumar minha cama,
minhas cobertas que vazias ferem,
quem vai me perguntar sobre os livros,
do velho,
do novo.
Quem vai ouvir meu discurso extenso,
sobre esse mundo que vivemos?
Quem vai me dar o peito pra deitar,
enquanto a chuva lambe esse mundo,
longe do meu canto,
meu recanto,
que sem você,
só sobra pranto...

Pranto pelos dias que nem vieram..
Por que a minha saudade,
já se fez...
Mesmo no meu sono,
mesmo na minha distancia tropega!
Mas você já estava tão bem simulado em
meus pensamentos.
E é a mesma saudade que eu imagino
rondar sua sombra.

Faz assim:
Vem logo pra mim,
que eu quero você aqui,
ali,
em todos os lugares,
para que onde eu olhar,
ou pensar em ir,
possa te encontrar,
tropeçar em você,
cair em cima de você...
Brincar de ser feliz.
Nesses bosques que se seguem,
de borboletas, flores de amor,
essecias nossas...

Meu amor,
vou lhe confessar:
Você me ganhou..
Agora, eu quero você!
Quero seus par de topázios achocolatados,
onde sua íris brilha.
Quero suas flores,
sua essencia,
sua pureza,
seu recanto se encaixando no meu canto..
Quero tudo,
sem deixar passar nenhum detalhe,
caminhando por entre esse bosque magico que
segue em nossa frente.

Quero me apoiar na beira dos lagos,
e ver nosso reflexo, num só.
Pois assim será.

Andrea Kirkovits

sábado, 6 de novembro de 2010


Esses dias selvagens,
preenchidos de uns tempos pra cá por você,
tem sido ofensivos.
Ofensivos no sentido de sentimentos tão reais,
Que machucam essa minha imensidão,
Que se aflora num turbilhão de fogos de artifícios,
Que saem de seus olhos,
Clareando o quarto escuro
em cores tão efusivas de prazer.

Eu não gozarei de minha vitória,
pois sei bem que ainda existe desconfiança,
daquele que me promete mundos,
nos rastros de quem és.

Sou tão inédita na sua vida!
E esses lábios rachados,
o que mais poderiam querer se não
a saliva derretendo o veneno,
que eu bebo se for preciso pra ele sobreviver dentro
desse meu furação,
que eu sei que é onde ficas a mercê.
Que eu sei que tal veneno,
é seu começo e meu fim!
Pois bem, meu bem,
Viveremos dentro do meio.


Somos tão de carne e osso,
Somos tão humanos!
Somos feitos do pó que restou de todo o caos,
Cheios de alma,
Tão cheios de vida,
Tão humano,
E de tão humana que eu sou,
me esqueço de que posso machucar com tanta facilidade e
ele chora, nas duvidas contingentes.

Desculpa, meu amor.
Meu coração é tão ignorante,
parece ser tão leigo.

Olha aqui, escuta bem.
Pega todo meu apego.
Que de longe já sinto essa brisa,
que me trás seu cheiro de amor.
Não chore, meu amor.
Esse mar da tua alma, não tem a necessidade de secar.

Não quero lagrimas de desgosto,
quero teus fogos de artificio que
vem depois de todo aquele caos,
que você sabe tão bem...

E se sabes que me coração tem sido assim,
tão leigo, tão indomavel.
Ensineo, molde-o pelas suas mãos talentosas,
que exalam os poemas.
Ensine meu coração ignorante,
Ensineo a florescer mais e
sempre muito mais,
como se nunca fosse lhe bastar.

Andrea Kirkovits.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Diálogo.

O 'Pater Familias', desce de seu trono oco e me pergunta:
- Onde está seu amor, você já o dispençou?

Eu pensei bem, menusiosamente bem e lhe disse surpresa:
- Quem derá se fosse assim com os amores, que apenas dispensamos,
depois tudo bem, mas veja bem, meu amor está entre o céu e a terra,
que agora, já não teme desse mundo a Fera.

O 'Pater Familias' dentro todo seu poder me disse incabulado:
- Disso eu não sei, eu se quer um dia já amei, e as flores em meu jardim já estão velhas.

Mais incabulada lhe disse:
- O amor é assim, de graça, você está acostumado com as trocas de poder,
mas o amor não é competição, olha, sei que aquela velha moça que governa Vênus do seu Universo,
ainda está acorrentada na sua sanidade. Vêm meu velho, que eu te dou meu apoio para seu amor descançar,
e o meu, está já a me esperar.

Os olhos de lápides, eu os vi fehar.

Andrea Kirkovits.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Cadê Meu Bem?


Dentre as noites taciturnas,
sem meu bem, tão tênue.
Precisando das minhas mãos
para fazê-lo dormir.

Prescrutando meus dias rubicundos,
descobrindo os outros corações,
debaixo de todo o baralho.

Cadê meu bem?
De jaez ele vêm?

É ígneo do fogo esse amor,
que roubou a novela do cotidiano,
de Bela desencantada.

Descendo ao meu porão,
vasculhando meu passado
banhado em rubicundos dias,

Cadê meu bem?
De que jaez ele vêm?
Motanhas de ilusões talvez.

Está se perdendo em meu passado,
querendo saber quem já fui, já foi,
que não sou mais aquele velho,
que na luz prateada e abstrata do espelho se refletia,
Lá no meu porão, onde a Fera também se esquecia.

Cadê meu bem?
De que jaez ele vêm?

Estás dilapidando a Bela,
com suas garras que me fogem a essa esfera,
Ímplicita!
Não tente prender,
assim você me perde,
e eu perco você.

Meu bem está esvaindo seu plácido ser,
nas minhas cartas com sonetos de
amores passados.
E esquecerá de mim,
em sua frenesi de controlar o que ainda nem sou,
contornando teias de aranha em meu porão.

Esquecendo de polir esse meu coração
de madre pérola,
minha herança de você,
desse jeito assim, será uma flor.
A pérola do fundo do mar,
Sendo a imensidão de azul,
pouco para equivaler a essa lagrima
que agora cisma em escorrer.

Quero meu ardiloso amor,
Cadê meu bem?
De que jaez ele vêm?

Vêm duma fase arcaica,
que prefere porões.


Andrea Kirkovits

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Paródia do Meio Dia!

Passando do dia normal ao que eu menos esperava,
de surpresa em plena metade do dia,
não, não! Nem isso era,
ainda o sol floria,eram meio dia.
Já logo ai, me surpreendia, ao esmagar um coração, sem noção.
Como se eu ainda não tivesse um dia todo para sobreviver,
uma avenida inteira para percorrer, sem deixar a menor fagulha
do incêndio transparecer, com o coração na boca, como aquele jogo de maçãs em que você não as pode deixar cair no chão, tendo que manter todo equilibrio! QUANTA ironia, mas isso é bem tipico de librianos, esse equilibrio inesgotavel, de dor que mesmo já sentida, no cenário dessa paródia, não é permitida.
Mas se não tenho 'aquilolá', mesmo assim está tudo guardado em mares, areias que desenham nomes,
está tudo guardado em pedras, como se fez e se faz esse momento!
Já logo de cara, não querendo me deparar com um espelho,
se a expressão ali, depois do meio dia já se é presumida,
lacrimejando desamor, desgosto, desencontros..
Tá que tem muito drama ai em cima,
mas depois do meio dia, com o sol fazendo a flor não regada murchar,
poderia ser menos dramático do que isso?
Talvez uma paródia! ISSO! Exatamente isso,
é uma paródia de amor, meu grande amor.
Mas não vamos de longe nos queixar, afinal sou até capaz de mesmo sem saber, sambar em cima de nossas frases de clichê, sem mesmo perceber o quanto as deforma,
o quanto para a atriz principal, dessa paródia não tem nem forma.
E é tão natural esse ciclo idiota, que até assusta, tendo certeza que meu ponto final, sempre será um poema de menina compulsiva, louca de vontade de você amigo, dela, a menina dos sonhos, dele, o menino cupido de amor em meu peito desinibido.
Passaram-se cinco minutos depois de meio dia e esta TUDO completamente IGUAL, quase tanto, como se isso fosse mesmo normal...E falar do normal até que me faria esquecer, ver passar mais cinco minutos, pra depois chorar até o outro amanhecer, em total extasie, no peito liso do beija-flor, AÍ desse meu amor.
Ouvindo as musicas tristes, tão tristinhas, mas não as ouvi para chorar,
tipo derramar todo o desespero, foi só para me confortar, ao saber que alguém já sofreu também,
ao ponto de colocar melodia em sua dor, ao ponto de sentir mais que eu o que já conhecemos, a dor de um amor... com um fone no ouvido, totalmente dispersa da realidade futura, só com a que tinha passado, PASSADO. Rendendo egos, vontades minha, de caprichos de volupia, de um gosto peculiar a luxuria, se aflorando com musicas além do que se vê, que por mais que eu não saiba dedilhar as notas, posso as entender;
Tá aí a questão, daquele dia sobre areias finas, construindo castelos mais faceis de se destruir, contemplando expressões suas, tão tímidas, apoiando-se no seu violão, seu refugio, seu pão; tocando a musica que eu dizia bem baixinho gostar!
Paródia do meio dia, revestida de lembranças tão assiduas, como se eu fosse uma SUPER-MULHER, capaz de suportar qualquer coisa, depois de tantas outras milhões e milhões de cenas infâmias, passando pela minha mente como se fosse um filme de extremo sucesso, com a atriz principal, desprezando o tapete vermelho.
Como se eu tivesse um peito de ferro e ainda fosse capaz de prever o futuro, UHUM, e o Papai Noel vai descer pela minha chaminé e dar 'aquilolá' de presente pra mim, até parece!; irônia MAIS uma vez! Sarcasmo outra vez, desse destininho abusado que cisma em se meter em meus caminhos, em minhas avenidas, mas ele não sabe que eu aproveito mesmo tudo,
pode ser uma ópera ou uma satira de amor,
pode ser até o que nesse dia me doeu, na paródia do meio dia!


Andrea Kirkovits.