terça-feira, 6 de maio de 2014

II

À toa na rua,
muda na calçada
na calada da noite.

Seus trejeitos são
de quem sabe silenciar:
haviam apenas a lua e
estrelas em seu olhar.

Andrea Kirkovits

06 de Maio de 2014

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Rio

Os desvarios
vão dissipando o tempo em parcelas,
que ocasionalmente se tornam lembranças.
Um sorriso seu e eu fico feliz
durante todas as horas que couberem no infinito.

Quem dera eu, escrever algo com o qual muitos
se identificassem - mito.
Nada que seja tão belo
que alguém já não tenha escrito.

Quem dera eu, conseguir moldar um altar
com essas minhas palavras que se tornam
algo fugaz se meus delírios não de materializam.

Me reinam aqui as borboletas que
se agitam por causa de incertezas
e fazem cocegas.
E eu rio...
Rio de delírios,
rio de amor,
rio de auspícios.
Rio de mim.

Sei que sou terral:
meu elemento é o ar.
Sempre que vou,
não sei se é pra ficar.


Andrea Kirkovits








sábado, 5 de abril de 2014

Gracejo

Enquanto o "eu te amo" de la
vai se perdendo entre as linhas,
os papéis, as palavras, o verbo,
o imensurável,
os escritos
recados
pintados,
entre faróis - vermelho - batom: sem beijo,
entre os lençóis
e bocejos,
aqui do lado de cá
onde batem todos os dias,
o "eu te amo"
ganha voz.

06/04/2014 - Andrea Kirkovits

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Interrupção.

Papel, caneta e até você:
A fusão evaporou antes de si,
antes de ser!

"Olha a felicidade ali?
NÃO VIU?
Passou."

Pois é, meu irmão...
Os sonhos vem e vão!
Em vão?
Sei não.

Eu sou daquelas que rima
com a vida,
com a sina,
com as mina
e até com o que me parte
e se não fosse por um minuto a mais,
me findaria,
me findava
e o pior é que finda.

 Andrea Kirkovits

 Abril de 2014

quinta-feira, 27 de março de 2014

Fim de Março.

Há um ponto que é vital
bem no centro dessas vias
improváveis,
respiração.

Me tiraram o terno,
me despi da ação:
sem respiração,
pontuação...

E fica um grito sendo sussurrado
bem no pé do seu ouvido
e ele fica insistindo
ou vindo.

No que me exige
não há se quer regozijo,
e o que mata o coração
é saber que "não há".
No ponto vital, não há.

Lhe disse que seus ledices
me são fundamentais...
Infinito cabe nos olhos.

Mas mais:
Eu vou assim,
vou sem mim.
Vou sem fim.

Que a autenticidade
está em ser feliz
sem
motivos
de o
ser.

Andrea Kirkovits

Março de 2014.



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Semântica do Amor.





















Na tenuidade languida,
fragilmente esquálido, treme.
E quanticamente berra
as notas que são sondadas diariamente.

Escuta? Não!
Sente essa música de quatro notas.

O termômetro indica
calafrios,
calamidades,
cata vento,
calor e
cala-se numa coordenada atemporal:
Nosso tempo é este eterno momento.

Quem acredita não duvida:
Tentamos seguir uma lógica que se quer,
que seja - guardar a lua na bolsa.

As palavras estrategicamente românticas
estão sendo penduradas em rabiscos
nas paredes alfinetadas!

O que subitamente implica no que está implícito,
é esta insistência de todas as borboletas não querer ver;
mas mesmo de olhos fechados poderá escutar
o tilintar de suas asas e crer.

Andrea Kirkovits


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sou dois.

A cena lida
foi escabrosa no seu deleite alpestre.

A cena é de quem melhor lida,
e depois de lidar,
de qualquer maneira,
na sobriedade vil ou não,
as luzes se apagam e a tudo se perde.

Nem tudo:
Cena alpestre.
Sei ainda de sua textura,
que mesmo áspera é cheia 
de candura. 

Vejo por meio do ósculo,
minha ergometria:
Sou dois!

Meu Deus, 
como eu sou dois.

Me sinto como quem fala 
via anonimato:
Já que sou dois,
escrevo pra todos.

E esta hora em que escrevo
pensando em você,
vale por tudo o que nos falta.

-

Nalgumas vezes,
quando o poeta alcança o cume
das montanhas,
se perde,
se estonteia deverás com a vista de cima.
E volta para lembra da sua aspereza alpestre.


Andrea Kirkovits 




"...Uma só das horas tuas

Valem um mês 

Das almas já ressequidas..."


Machado de Assis