quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ultima Visão.





Entrou numa cafeteria,
logo resolveu sentar-se.
No meio do cheiro dos charutos,
só sentia o cheiro de seu cigarro!
Observava a fumaça que do mesmo saia 
e que se misturava com a de seu café.
Tomou-o em um gole só e saiu!
Nada mais o satisfazia..
Resolveu ir embora para sua casa,
tão parecida com ele!
Descia as ruas observando, absorto, 
as pessoas que o indagavam intimamente, silenciosamente!
Atravessou seu quintal,
antes de entrar ele parou na soleira da porta e 
a observou: já estava tão velha, rachada e manchada pelo tempo,
assim com ele.
Entrou:
Observou a escuridão que lambia seus olhos,
a cada degrau que ele subia, mais essa escuridão 
e a frieza da casa o envolvia!
E aquele ser já estava tão parecido com ela!
Enfim, parou no terraço:
Sentou-se na sua poltrona preferida,
ficava numa varada ali mesmo.
Cansado já de tudo,
pode observar seu ultimo por do sol,
e tão inebriado e feliz ficou com a visão
que já não se permitia
há tempos (trabalhava muito)!
Morreu ali mesmo,
encanto pela simplicidade que existe 
nas coisas que a vida oferece,
que se esquece de observar e admirar,
e que quando se vê, as vezes assunta.


Andrea Kirkovits

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Almejo.





























No anseio de que a chuva que cai despreocupada,
lave os receios, os pressentimentos do meu ser exausto.
Desejando apenas que passe, vá junto com o vento que varre as ruas
sem se dar conta... Naturalmente!
Eu, agora, não tenho nada de magia, não sou mística:
meu ser é de pura matéria, que deseja apenas uma coisa...
Sou matéria leiga e desprevenida!


Todos esses obstáculos pra quê?
Quero dizer:
minha vidas, que antecedem a essa,
passaram...
Queria eu ter quitado todas as dividas..
Mas divindade é milagre!
Sou uma matéria leiga.


Movida por um amor,
que igual eu não senti antes, e se sim,
não me recordo...
Mas a memória não me falharia ante verdade tão nítida e de
tal seriedade!


Alguém teria a ousadia de me dizer o que é
viver, se não amar!?
Amar, amar, amar: eu amo!


A vida tem me parecido ser uma entrega,
uma sociedade de dois!
Que já é tão grande...
Como poderia eu viver sem seus olhos,
iluminados por beleza,
que eu observaria por muito.
Sua luz que me cala facilmente.
O sorriso que me compensa seja lá o que for,
só por favor, seja...
Seja sempre minha!


Eu me antecedo aos fatos e vejo a chuva manchando
as imagens de minha infância,
as ruas da minha infância.
Quero deixar tudo e viver você e pra você!


Eu não sou divina,
Mas as preces são minhas mais sinceras falas.




Andrea Kirkovits