sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Grandeza em miúdos.

Na maioria das vezes,
é melhor não saber da grandeza
que existe em tudo que fazemos de coração,
alma limpa e sem segundas intenções,
para que só assim  possamos agir
com nobreza e humildade!

Isso porque o homem é uma
criatura faminta e
saber que há grandeza
nalgumas cousas,
o faria se engrandecer antes do tempo.

E então,
eis que surge a ambição.
Ambição esta, que me causa náuseas.

Andrea Kirkovits

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Furta-cor.

Furta-cor dos seus olhos,
que agora calados,
me moldam em tristeza.

Furto da memória, lembranças,
apenas boas..
Como uma débil,
na tentativa de aquecer.

Quem dera eu, ser ígnea.
Furta-cor dos seus olhos,
que tem me deixado atônita
ante a emoção, quase senil.

Quero ser perene e eterna.

Recolhida ao meu brio,
me calo como quem tem
mundos e fundos a dizer.


Agosto de 2013;

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Céu intimo.

Às vezes, me consome essa dor que é 
adicionada ao poço de minh'alma,
gota por gota!

Alguns tem dor por saber, por ser,
por querer, por sentir, por perder...
Eu a tenho por não saber, 
que me assusta...
Tudo que eu sei é efêmero demais
ou sólido demais.

A realidade que me tange é áspera...
Na mente, toco com o cheiro:
Sinestesia que acalma.

Os bares são deveras asquerosos, 
impregnados pela malícia...
Mas eu permaneço lá,
afinal, eu quero saber!
E qualquer trevo de súbita realidade
me faz escrever.

A luz é tênue,
pois a mente se acende aos poucos
e é nela que escrevo melhor,
por que qualquer faísca já revela o céu
cheio de luzes incandescestes,
e delirante, me deito sem saber...

Fico ali, estonteada e maravilhada:
me lembro da mocidade na avenida.

Eu quase que morria de aflição e saudade
Mas despercebida, e com naturalidade,
ela me surge na porta
e os pilares a colocavam numa moldura:
era sim a descrição do amor.

Andrea Kirkovits
  

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

constando.

Em Mim Também

Em mim também, que descuidado vistes,
Encantado e aumentando o próprio encanto,
Tereis notado que outras cousas canto
Muito diversas das que outrora ouvistes.
Mas amastes, sem dúvida ...
Portanto,
Meditai nas tristezas que sentistes:
Que eu, por mim, não conheço cousas tristes,
Que mais aflijam, que torturem tanto.
Quem ama inventa as penas em que vive;
E, em lugar de acalmar as penas, antes
Busca novo pesar com que as avive.
Pois sabei que é por isso que assim ando:
Que é dos loucos somente e dos amantes
Na maior alegria andar chorando.


Olavo Bilac



terça-feira, 15 de outubro de 2013

c/c

O que define o momento é: crise existencial!
Estou com um sensação pungente de estar
incomodando e que eu devo ceder para que as 'coisas'
comecem a dar certo,
mas sinto que se o fizer,
não serei mais eu,
não serão meus atos...
Algo assim, similar a isto!
É a necessidade do momento e não a minha.

É como se estivesse numa redoma,
não por estar presa,
mas por não ter condições de sair...
E isso é difícil de aceitar e de assumir.

Só quero um lugar meu,
onde possa ser o que sou,
sem ninguém para julgar
e/ou policiar...
Me fazendo assim ficar louca dentro de mim
por saber que as criticas que recebo,
são os defeitos de quem as proclama...
Isso sim é um fato.
(Mas, também tenho meus defeitos.)

E de repente me sinto impotente e vulnerável
e isso me mata por dentro,
sem que ela saiba...
Pois como lhe dizer sem ferir?
Sem solução.
E depois de tanto falar/escrever,
ainda me sinto incomodada,
posta na parede!
Por mais que eu tente, não me sinto em casa!

Sinto uma falta insana,
falta de alguém alheio a tudo isso
para eu conversar.
Alguém que não ache nada,
não tenha certeza de nada,
não conheça nenhum dos 'protagonistas',
além de  mim...


combinado com Shake It Out - FATM!
^^







terça-feira, 8 de outubro de 2013

...mas não volta...

As vezes, nalgumas vezes,
me invade uma vontade insana de desfocar o que me invoca.
Ou mesmo, se fosse possível dar um zoom então,
enxergar com tais lentes o que acontece.

Mas creio que não existam lentes que ampliem nossa visão
e que nos permitam prever o futuro ou rever o passado.

Sim, eu sempre me pergunto o que é que acontece nos bares daí!?
Que consequentemente ficam nas ruas, na calçadas, que seja...
Onde eu também não sei o que é que acontece!
Gostaria de saber das fases da Lua,
do ritmo dos rios.

O duro mesmo é rever fotos, sabe?
Eu não sei.
Não sei se é bom por poder lembrar que já foi maravilhoso,
ou se é ruim por lembrar justamente o quão incrível era,
e não poder voltar e reviver !

E quando me percebo embalsamada pela implícita permissão
de viver esse momento idiota de querer voltar,
me sinto toscamente tola e pior, me permito mais:
me vejo num pandemônio.

A gente se pergunta se foi um erro,
algo que deveríamos ter dito e esquecemos,
ou evitamos, ou enterramos, ou simplesmente não falamos.
Ou talvez nada disso!

Então o que?
Então porque?
Se vejo as fotos tão vivas,
tão coloridas,
quase exalam o cheiro do momento.

O motivo é o seguinte:
muitas das paisagens, cenários,
cômodos ou o que quer que fosse,
são os mesmos.
O que nitidamente mudou foram as pessoas.
Essas se descoloriram,
se desacreditaram, se decepcionaram e se bloquearam.
E infelizmente, se calaram.



terça-feira, 17 de setembro de 2013

Deixe estar.












Neste exato momento sou invadida por uma euforia
que já me entristece,
mas não tão somente,
é que sei: vai passar, vai se esvair!
E eu gostaria a ponto de implorar que fique,
assim viveria a milhão,
tanto quanto sei que é o quinhão de minh'alma...

Quero erupções,
quero transbordar:
os copos,
os cinzeiros,
as mesas,
as ruas....
Os muitos amigos,
que já não passam 
de conhecidos.

De forma
contingente,
latente,
pungente,
efervescente.

A vida está tão séria,
e meus sonhos são tão loucos:
mágicos, contagiantes, inebriantes tão 
"Heavy in Your Arms",
tão coloridamente febris e lascivos, e
aventureiros, e acho que os sonhos são 
um dos nossos segredos!
E meus sonhos são o meio termo entre a loucura e a realidade,
é aquela linha tênue!
E lá eu faço o que quero, esse é o perigo.
Por isso eu entendo, com base nisto, como e porque 
muitos enlouquecem!

É massante essa vida cheia de contas,
que as vezes prefere-se os sonhos:
simples assim,
sem psicologo ou psiquiatra!

E eu sei que fujo para os livros,
para as memoráveis lembranças,
pros bares,
pros andares da imaginação,
numa eterna sucessão!

E fico num vislumbre da voz dela,
que me acalma e que me viciou:
Chega a ser angelical,
quase um pecado por ser tão perfeita.
E eu nem a conheço,
mas músicas são um "santo" remédio para alma!
"Only It For a Night".

Num tanto quanto eu nem sei,
não me esqueço de nada,
mas sim, infelizmente são poucas
as coisas, as pessoas e os momentos que eu lembro.
Mas me lembro de alguma maneira e sei que todo mundo
tem a sua vez de jogar,
de mostrar, de gritar, de arriscar e
de ter medo de errar e por fim
silenciar.


Andrea Kirkovits


 

domingo, 8 de setembro de 2013

"a hora da estrela"

Toda matéria é divina:
quando depositamos amor nesta,
passamos a ama-la,
e esta matéria passa a ter poder!
Entretanto eu fico perplexa com sua superficialidade
de não perceber, então se quer entender o que
claramente lhe digo.

Todos temos uma parcela de tristeza!
Você tem também e eu sei bem disso...
Já provei desse ardor amargo que seca a sua boca!

Eu tenho a minha parcela de dor,
e é daí que pode-se obter uma resposta:
Ela é minha cura (clichê e simplório, não!?) eu sei...
Mas Ela é quem me salva da podridão e carnificina humana...
Ela é quem me mostra que pode ser diferente.
-
O amor não é meramente uma dor,
nem um poema que é escrito a base de conta gota,
pois quer destilar bem as palavras,
porque o ego fala mais do que o amor em si
fazendo com que nunca seja dito o que realmente engasga e
sufoca, e aperta, e te mata de tanto consumir...
E isso é um erro... Um erro não se entregar.

Mas a vida com calma mostra que na maioria das
vezes para termos o que queremos não devemos,
mas precisamos nos colocar em segundo plano.
É preciso abrir mão e ceder!

Eu entendo a sua parcela de dor egoísta e azeda.
Eu entendo a minha parcela de dor desnecessária e
compreensível!
Entendo a parcela de dor que Ela tem,
pois deve estar sempre neutra.

E em meio toda essa embriagues de incerteza e insensatez,
e não, querida, não tomei nenhuma dose de gim,
todos nós temos  hora de estrela!
Acontece que nem todos fazem o pedido certo!
Acontece que nem todos sabem interpretar o momento como é,
e então perde ele numa eternidade infindável e impossível de recupera-lo.

Eu sei bem a força que tem a sutileza.
É preciso estar sempre atento,
se não passam se as horas e as estrelas.

Andrea Kirkovits
08/09/13



quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Dedilhando letras.

                                                                        
                                                                        









 

Escrever é uma necessidade,
mas nalgumas vezes é como se me faltasse o ar,
sabe quando você quer respirar fundo e não consegue!?
Daí tenta-se várias vezes mas não consegue encher o peito.

É como agora, nesta tentativa de soltar a poesia do peito:
por pra fora.

Leio alguns trechos, mas penso em outra coisa,
uma mente fugitiva assim divaga em muitas delongas.
A gente pensa que sabe,
mas sempre que afirmo saber, minha mente, mente...
Engana facilmente...
Por isso é que digo que saber é não ter certeza 
e sim estar aberta as duvidas e divagações,
daí vão surgindo as minhas frases,
as minhas falas, 
as minhas idas e vindas.

Mas por mais que eu escreva aqui nada certo,
incertezas,
já alivia minha mente,
minh'alma,
meu peito cheio de tudo,
que por tantas vezes não sei descrever.

É por demais essa euforia de me sentir em paz,
poder fazer um café a qualquer hora, pra mim é luxo.

Assim vou dedilhando as letras,
na expectativa de exteriorizar algo que me soe perfeito
e saber que isso não é possível me alimenta,
porque sei que assim nunca pararei de escrever.



segunda-feira, 12 de agosto de 2013

.

Quero a eternidade de um momento!
Viver sem perceber,
já que esquecer
é o que me faz lembrar de viver.


domingo, 21 de julho de 2013

Move passos.

O que por vezes corrói é a mentira e,
diga se de passagem, a  falta de fé.
Fé é essencial...
Creio que todos precisam crer em algo,
como:
Uma música,
Um amor...
Uma momento.
Um Objetivo!?
Isso.

Objetivo fundindo com fé,
é o que move passos.

Aliás, momento é o que forma,
modela
algo a mais.

-

Estou aqui, na minha terra:
Passaros, cães, gatos e até patos!
Gosto deste cheiro de terra quando acordo,

-

E não tem muito o que dizer,
se quem lê sabe o que quero dizer.

Sintonia.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Ponteiro que roda o tempo.




















Sempre que se está mais próximo,
demora.
As horas infindavelmente se arrastam
no comboio
do tempo.

Escutei de bem longe,
como um eco,
o arrependimento.

E também nem de longe,
culpo.
Pois se a vida é de momento,
arrependimento
faz parte.

Quem não se arrepende?

Isto é um momento.

Arrepender-se de tudo,
não sei qual nome tem;

Momento.

Momento tal que compõe meu desgosto e
... Também me arrependo.

E se eu soubesse talvez fosse
sábia,
mas cá estou eu na roda
do tempo...

Que roda,
que muda,
inverte e
contrapõe...

Eu nada afirmo...
Como um enleio.

O tempo sempre é solução e nunca
tormento ou azedume.
Aprendi isto e depois que se aprende,
se releva.

Sempre haverá duvida e
os ponteiros que não
cessam.


Andrea Kirkovits




quinta-feira, 4 de julho de 2013

Estado de Ser





















Chuva que de gota em gota
empoça minh'alma.
É como as palavras que
podem definir o vento,
mas não existem elas neste.

P'la chuva via salpicar
a areia dos tempos, do destino,
do moinho de outrora, aurora.
Definha, sendo essa uma naturalidade
absurda, absorta, abusiva dos sentimentos.
É que definha sem percebermos.

Sinto a chuva e de repente,
como alguém que olha a
própria fotografia, pensa:
Envelheci.

A chuva me faz de açude,
permanente.

Está chegando,
deixe-me ir...
Tal risonha a escutar o canto,
um som que não sei quem canta:
se é a chuva, as arvores, os gnomos...
As asas das borboletas...
Quem sabe todos juntos.
Tal risonha com os olhos cerrados,
eu vou.

Estou simples, aérea, dinâmica,
absurda de vontade...
E tal tão risonha, que me foge...
Deixo voar.

Ser feliz, por minimo motivo,
é um estado exato e magnifico de ser.




Andrea Kirkovits

terça-feira, 25 de junho de 2013

Fragmentos



















Perto dos mares, senti arfares sussurrados
ao pé da letra, ao pé do ouvido...
Senti o relevo das ruas.
Registrei com câmera e memoria.
Resgatei.
-                                                                     "...mas se eu disser que é bem sabido, 
                                                                                 você diz que é bem pior..."


Ouvi dizer que uma pessoa não muda,
pois sua essência será a mesma,
mas existe diferença entre quem sabe
sustentar sua verdade interna -
formula de sua essência - e as que deixam
a mesma se deteriorar.

                                                                       "...pares de olhos tão profundos que amargam as 
                                                                                        pessoas que fitar..."


Aprendi, a deveras, que nada dura
para sempre...
Isso foi o que eu mais escutei em tempos
de antanho.
Mas "nada" é nada;
Mas aprendi: permita-me corrigir:
"Tudo dura pra sempre!"
Porém, bem sei que cada um dança
a sua reza e o que acredita.                    

                                                             "...Se eu calei foi de tristeza, você cala por calar
                                                                         E calado vai ficando, só fala quando eu mandar
                                                                  Rebuscando a consciência com medo de viajar
                                                                            Até o meio da cabeça do cometa
                                                                   Girando na carrapeta num jogo de improvisar..."











                                              

quinta-feira, 23 de maio de 2013

*

Alguma coisa que me faça sorrir;
é difícil admitir saudades quando disse
que queria exatamente o que tenho....

Saudades em todos os sentidos e
ela é agridoce: doce com as lembranças
e azeda com a vontade!

Nada é tão fácil quanto parece...
E assumir fracassos faz parte do Ser.
Essa vontade é como uma Erva Daninha,
que mesmo sem água se alastra...
Então, eu choro... E minhas lágrimas
são pura matéria, líquida....
E tão sólida em meu âmago...

A mulher é uma faca de dois gumes,
assim como a ser também...
As vezes tropeçamos em nós mesmos!
E me sinto forçada a olhar para trás
e saber no que tropecei, para que o tombo
não seja assim tão tosco!

Me encontro num momento de assumir.
E não obstante, não sei se quero e nem sei
se devo...
Me sinto nova e ao mesmo tempo velha,
feito troglodita das cavernas, mais rude impossível.
Nem a mesa me sento...

Já não sei me comunicar.
Então fico plena em meu estado de escutar,
observando de soslaio...


"...encontrei o inferno, ao descobrir o céu,
paguei o seu preço, seu destino é meu..."

Reação em Cadeia ^^



sexta-feira, 17 de maio de 2013

Aos passos.

                                                                









“Senti saudades,
vontade de voltar
Fazer a coisa certa
Aqui é o meu lugar.
Mas sabe como é difícil de encontrar,
A palavra certa,
A hora certa de voltar,
A porta aberta,
A hora certa de chegar.”















A inércia, a mentira, a hipocrisia, ao não saber!
Somos indícios de desistência, e essa desistência
esta assim, tão nítida para mim, mas não é a minha!

-

A inércia...
Eu espero as desculpas, que uma hora irão chegar,
e quero que seja cor a cor, cara a cara!
Ter coragem de falar alto é fácil, veja bem,
coragem de pedir desculpas é muita coragem!

-

A mentira...
Não posso simplesmente acreditar no que eu não veja,
talvez isso seja um grande erro, mas não consigo, pois a deveras 
já tive esses arranhões, doloridos demais, por conta de crer.

-

A hipocrisia...
Dizer ser o que não é, pois quando se é,
não muda. Por mais que tente...
Não que não deva mudar, mas certas coisas para serem
verdade, exigem raízes, não dá para fincar no ar!
Afirmas hoje, noutrora nada é daquilo... 
Incompreensível e desconfiável ao ápice.

-

Ao não saber...
Vangloria-se pelo que não é, 
mas que tenta ser, simplesmente para algo ser,
eu entendo isso...
Não saber é tortuoso demais.
Saber de um mundo todo dentro de si, 
esperando para ser doado e compartilhado,
porém incompatível com o mundo exterior!
Realmente dói o não saber...


-

Eu sou a mesma, claro...
Com idéias diferentes, provavelmente.
Com toques diferentes, talvez cheiros também!
Mas a percepção é a mesma, 
e justamente por ter a mesma percepção das coisas, 
é que me magoa essa realidade!
Sou a mesma, que em meio um turbilhão de acontecimentos, 
para no meio da rua, no meio do campus, das sacadas,
das janelas.... e reparo a lua.
Acendo, meio tristonha, meu cigarro... 
E sempre me perguntam e:
Se quer saber, no fundo, estou triste.
E dói o Não Saber.
.

terça-feira, 14 de maio de 2013

- do meu lado.

Este espaço tem sido meu "psicologo", não somente, mas também;
veja bem: as pessoas do meu lado estão mais loucas que eu!
Tão cheias de pontua?ões em todos os sent!dos, que prefiro me calar e recorrer, simultaneamente aqui!
É uma situação tão desagradável, que até sonhei... mas eu não posso fazer nada, de verdade.
Quero parar tudo, mas preciso continuar!
Não sei como alguém pode me querer, sou TÃO chata e velha!
Sou tão espaçosa e estressada!
Tão arrogante e sem tempo (nos horas vagas eu durmo, então também deixo assim, de ser atenciosa).
E estou tão de saco cheio, mas escrevo mesmo assim, talvez na certeza de que ninguém leia!
Aqui, onde estou, diante das circunstancias agravantes do presente já está emendado no futuro,
entendo tão perfeitamente o que me disseram no passado e também o que eu disse!
Provavelmente, eu não saiba mesmo administrar amor, estudos e trabalho; paciência, não sou três; se quer pensou em mim? como eu me administro? como eu faço e sinto? - da fato são todos egoístas!
Hoje entendo o que em outrora, nalgum momento, a "flor humana" me disse e que como se não bastasse não acreditei e ainda desdenhei: "não confie em ninguém, apenas em você, amigos são, mas até onde convém, poucos se salvam, começando por pai e mãe".
Como me arrependo de não ter acreditado: hoje se eu tiver amigos, não passam de uma mão!
Então sinto uma falta ABSURDA dos meus verdadeiros amigos- onde estão meus cães?
Já me disseram que minha família é louca por ter tantos animais de estimação, hahahahaha é totalmente ao contrario, meu caro!

Voltar seria bom; hoje em dia sou muito mais amiga do meu pai e ele de mim, INCRÍVEL O QUE A SAUDADE É CAPAZ DE FAZER NOS CORAÇÕES DE QUEM A SENTE! Mas como diz ele e me desculpem o termo que usarei: " mas é como uma dor de barriga, depois que vai ao banheiro, passa... assim como paixões..." Elaia, muito realista este homem, rs.
Contei a ele como me sinto e o que esta acontecendo e ele me disse: "então volte para sua terrinha!"
Mas agora eu não volto de jeito nenhum, posso mudar as coisas aqui... qualquer coisa, mas o objetivo já é um fato, ele apenas espera ser consumado! Não posso deixar que ele fique sempre sobrevoando meu destino, pois tem todo uma cosmologia (não sei dizer de outra forma), que conspira para se estar aqui, além do meu objetivo, a vida tem um plano, sempre tem! Então eu espero ser surpreendida.

Eu sei que no fundo da subsistência que existe na forma do que é um mistério, eu estou sendo ardilmente testada, mas a vida é muito malandra, sei que se eu resolver bater o martelo, será tarde demais, já terá se desistido e é por isso que eu não bato -  sinto que a vida me berrará: você espera demais!
Mas não, tenho pressa, muita mesmo... são tantas coisas ao mesmo tempo e agora, que eu espero ser surpreendida! Me pergunto sempre: é só isso? não que isso, seja pouco, pelo contrario...
Mas deve haver mais! E já não sei se é aqui! Todos que me conhecem, já disseram em algum momento: você é louca"... e provavelmente eu seja mesmo, mas no momento eu tenho sido sã demais, lucida demais: quero minha loucura de volta, preciso dela... é uma questão de equilíbrio!
Então começo a pensar desesperadamente em largar tudo e sumir pra um sitio que meu pai tem, bem no meio do mato, uma delicia, de verdade.. com cachoeira no fim do quintal, fogão a lenha, uns 6 litros de vinho, pra inicio de conversa.... hmmmmmm! "Ir pra nunca mais voltar." (...) "Se perguntarem diga que eu sai e que só volto quando me encontrar."

Me sinto as vezes, encurralada demais! Sinto falta da minha casa e dos meus irmãos e da minha avó e de lá!
Me pergunto se estou fazendo o certo, se eu estou certa!? Se meus olhos registram o que estão vendo...
Tenho certeza de que não estou na minha casa, então acendo um incenso para me localizar....
Passam dias, semanas, meses e de repente, nossa, já estou em maio!


Estou começando pensar que enlouquecerei! Por que, sabe... você acha que eu não vejo as coisas que estão acontecendo, que estão sendo ditas, sentidas, cheiradas, ansiadas, desejadas, renegadas! É SIM! Todos acham que eu não vejo o que se passa! Mas não se engane, pois além de ver, também sinto e percebo... e aviso, aviso tantas vezes que até decoro...Mas parece que não entendem, nem você, nem ele, nem eleS e nem ninguém, mas eu não sou muito de avisar, nunca fui... Quem me conhece sabe (ninguém sabe), que eu demoro a decidir, chega a ser chato, insistente, maresia, vai e vêm, librianos indecisos: nada disso, apenas quero ter certeza, por que depois que a tenho e  executo, não volto atrás! Assim como vim de supetão, posso soar  translucida novamente pelas praias amaldiçoadas pelas minhas mais amadas lembranças! A vida é irônica...


Tenho me sentido tão estafada! De todas as maneiras possíveis e eu não posso falar nada, por que se eu falo, o que recebo em troca são mais problemas, para comparar com o meu... isso não deve ser uma competição, chega a ser triste... então eu grito e tudo por dentro de mim se entristece e perde o sentido e eu fico cinza... total! Preciso de alguém que me entenda e que aceite....e que escute e que diga, vai ficar tudo bem... ao invés de "chumbo trocado não dói", ou algo assim....
Então eu fumo todos os meus cigarros e me perco nos cinzeiros da casa...




Vaga, no azul amplo solta, 
Vai uma nuvem errando. 
O meu passado não volta. 
Não é o que estou chorando. 

O que choro é diferente.
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
A nuvem flutua calma.

E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece,
Dou à saudade a riqueza
De emoção que a hora tece.

Mas, em verdade, o que chora
Na minha amarga ansiedade
Mais alto que a nuvem mora,
Está para além da saudade.

Não sei o que é nem consinto
À alma que o saiba bem.
Visto da dor com que minto
Dor que a minha alma tem.

Fernando Pessoa.


sábado, 27 de abril de 2013

Falando nisso...

...falar com palavras que talvez te mostrem culto, de maneira intelectual, é facil... dificil mesmo é se expressar de maneira que todos possam entender...ainda bem que eu, sou simplesmente eu, por isso posso falar de maneira que eu entenda e basta, porém, "ha porém"! Não sou tão simples quanto tu julgas...
" Eai, maluco? O que está pegando, porra?"



Pensei no nexo,
sem sexo...
Me restou o desconexo!

Pensei nas possiveis rimas,
lembrei das ruas...
Conjecturei certezas profundissimas,
Verdades que se dividem para duas!

Mensurei hipnoticas flores,
que lhe atream até a carniça.
No mais, há dores...
Como se para o caso, devesse uma miça.

Uma cobaia tosca e tremula,
presa a uma teia!
Toda a situação que se estende por lá.
É o que vem a pensar.

São adagas ardidas,
armadilhas venenosas.


...deixe me aqui com a sabedoria do não saber, pois é isso o que me faz pensar e, de fato crêr... Andrea Kirkovits

terça-feira, 16 de abril de 2013

De passagem.

E enfim os dias de outono: os meus preferidos em todo o ano! As folhas ficam mais verdes... e com o vento, gesticulam uma dança livre na luz brilhante emanada do sol de outono! São dias prateados, TÉPIDOS! Amo o frio que é esquentaddo pelo sol, suavemente! E toda a beleza está, na verdade, nos olhos e quem vê, na alma de quem sente... São dias que me trazem lembranças boas: o café quente, cigarros queimando, poemas rolando, doses no meio da tarde para esquentar o âmago, noites estreladas e com a lua sempre complacente zelando-as, outono me inspira TEMPERANÇA, mas não sentido de pecados, e sim no tocante equilibrio, tão harmônico, que me sinto dançar junto com as folhas! Oscilando em vibrações boas...

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Doar...















De repente olhei pra ela:
Já observou bem seus olhos?
E ela me respondeu com estranheza na voz:
Não muito...
Complementei:
É que envolta da sua pupila, na iris, você tem círculos cor de mel,
que são lindos!
Ela limitou-se a me dar um sorriso...

Eu pensei:
Creio que esses são detalhes que apenas
quem ama tem o privilégio de observar,
munido da sensibilidade que tal sentimento gera.

Saibas que eu vejo tudo e sinto inteiramente
toda essa energia...
E as vezes que eu não me doei foi por causa do cansaço
latente que a vida em consequência e rugidos me
prega nas costas.

Todas as vezes que eu não me doei foi
por que fui vencida e não quero lhe dar
metades e nem meios momentos!

Eu gosto mais,
amo mais quando posso me doar
inteiramente em momentos que serão completos.
Por isso as vezes prefiro me guardar, junto com
meu amor, que se reflete em poesia...
Palavras soltas e aleatórias,
Mãos soltas e sensatas!

Andrea Kirkovits

terça-feira, 9 de abril de 2013

Noite de Cão.

Choque de realidade, de verdade.
Não por força de expressão,
foi de verdade!
E a fidelidade?

Gotas que se perderam na noite,
tão salgadas quanto a mesma.
Fatalidade essa dor me embriaga
lentamente.

As palavras foram ditas assim,
sem mais e sem menos.
Sem saber dos motivos e das reticencias.

Então a raiva tomou conta de mim,
me transformando; como quando
uma tempestade invade os mares.

Me vi só numa noite de cão,
com calor no frio.
Querendo o cigarros, as ervas
penetrando os ares, os etílicos
educados, que nos traspassam bêbados.

Me vi emanada da ausência de palavras:
isso foi o que mais me doeu.
Me senti como aleijada.
Vulnerável, surda, muda e doída.
Não pude se que me dar o luxo
de uma xícara de café.

Tive a dura certeza de uma noite de cão,
onde o dia seguinte seria projetado aos
meus amigos imaginários: meus personagens
preferidos, que dormem em gavetas e mesmo
assim me dão a alegria de lê-los sem pestanejar.

E eu ali, depois da onda de choque,
dormi de soslaio, vencida pelo cansaço,
pela dor do abraço, que não tive.

Me senti podre, feito estatua.
Senti minha imunidade ser posta
ao chão frio na casa estranha..

E nada mais!
Dormi pelo cansaço e
fui acordada pela tristeza.


Andrea Kirkovits





sexta-feira, 22 de março de 2013

Encontre.




Busquei no bosque selvagem
de minhas razões,
algo que, mesmo passageiro,
sustentasse os motivos.
Mas percebi que eles não me cabem,
como uma roupa que lhe agrada e
que quando veste, aperta muito.

É uma dicotomia prolixa,
complexo mesmo, que é pra você
não entender, se quer compreender.

Vejo tantos entre muitos,
novos poros se abrindo e
novos portos se fazendo
apenas com os céus de outono
testemunhando com suas cores âmbar!

E algumas razões me ultrapassam,
pois sempre me pego andando  nos
corredores inóspitos de meus pensamentos
onde, é claro, tudo num piscar só se
transforma em devaneio.

Vai se diluindo entre razões,
como se uma densa neblina
penetrasse os corredores...
E eu sei que não devo tentar vencê-la,
porque é aí onde se perde; devo apenas
acender uma luz e esperar que noites se
transformem em dias... âmbar: meus preferidos.

Andrea Kirkovits



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Acréscimos.

Um fato:

Existe a necessidade poética para quem ama escrever, 
tanto quanto ler.


Uma verdade:

Sábio mesmo é aquele que segue os mandamentos que ensina, sem pestanejar, 
logo sem de si duvidar.


Um verbo:

Amo! Sou romântica demais para algumas pessoas (a ponto de nausear);
e para algumas coisas também. E para outros nada carnal e articuladamente fria; 
A partir daí, sei o que dá/dará certo ou não, assim como o que é de verdade e de mentira. 


Andrea Kirkovits

domingo, 27 de janeiro de 2013

Onde Jaz vida

O que dizer exatamente,
se minha intenção é sempre surpreender,
quando na verdade eu fui surpreendida!?
Com a certeza de um trovão que esbraveja em uma tempestade,
mas este é claro!
Transparente, como diz a sua voz do outro lado!
Do lado do sonho, do lado oposto das minhas antigas vontades!
Como se fosse possível sonhar com algo real!
Real e verídico e não é por mim e nem por você,
É por nós!
Se é verdade!? Só vivendo!




terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Quase distância.


Sinto falta, mas sentir falta é produtivo,
pois me aproxima de um sentimento quase apalpável,
mas é só quase por que existe uma "sumía" distância.
E ainda existe uma longinquá e peculiar distância até
que se possa chegar na verdadeira distância.

O ar vaporizado de lá é de se encher os pulmões de esperanças,
sonhos, expectativas, devoções imaginarias, desejos...
Desejo...

Desejo não me lembrar, pois a distância enlouquece aos poucos.
Mas me arde de uma vontade prazerosa de me esbaldar nas doses,
nas cores que tenho tão bem gravadas, no cheiro úmido das margens!

Sinto uma falta que não é tangível, mas que me atinge.
Que por vezes e noutroras me faz incompleta.
É quase um castigo, por que eu na verdade gostaria de amar
o que eu amaria, não o que é de fato.
Talvez devesse amar eu, mas eu, sou eu mesma!

Por isso é que escrevo:
Por causa de respostas que não sei,
vontades que ainda não tive e que anseio,
sempre anseio pelo que é novo!
Não sei ser uma estátua condenada a uma vida igual e fria,
tocada apenas pela mão que a lapida.
Escrevo pelo amor que eu tenho e que me alcança,
me atinge e me poe em estado de graça e ultrapassa,
me ultrapassa!
E que eu amo, por que eu amo essa maneira que a  amo!
Eu escrevo por que respiro e poderia escrever até sobre o ar...
Escrevo por que assim me conheço, me vejo, assim sei de mim!

É uma falta do que já se perdeu, e que a cada dia mais se distancia.
Mas essa falta é unicamente por que sinto como se sentisse falta de mim mesma,
e olhando pra trás, vejo as partes de mim que perdi, que desperdicei, que doei e não deveria, que cantei pra quem nada sentia - e as palavras que tanto amo sendo desperdiçadas... vejo partes de mim que eu reviveria!

Mas aqui e agora, o magnifico é me surpreender com o poder que tenho
de preencher o oco com o que eu quero, com o que ou quem eu anseio.
As vezes a distância também me falta a ponto de eu achar que o que ficou eu nunca amei, senti, cheirei, bebi, toquei, admirei!
Como uma lembrança embalsamada em neblina!

Então ouvindo o som que produz meus dedos ao tocar as teclas,
percebo que a graça está em tudo:
Na distância,
no oco - presente,
na saudade e na falta.
Tudo tem sentido,
pois não tem como existir uma história sem o começo meio e
fim.



Andrea Kirkovits