domingo, 27 de janeiro de 2013

Onde Jaz vida

O que dizer exatamente,
se minha intenção é sempre surpreender,
quando na verdade eu fui surpreendida!?
Com a certeza de um trovão que esbraveja em uma tempestade,
mas este é claro!
Transparente, como diz a sua voz do outro lado!
Do lado do sonho, do lado oposto das minhas antigas vontades!
Como se fosse possível sonhar com algo real!
Real e verídico e não é por mim e nem por você,
É por nós!
Se é verdade!? Só vivendo!




terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Quase distância.


Sinto falta, mas sentir falta é produtivo,
pois me aproxima de um sentimento quase apalpável,
mas é só quase por que existe uma "sumía" distância.
E ainda existe uma longinquá e peculiar distância até
que se possa chegar na verdadeira distância.

O ar vaporizado de lá é de se encher os pulmões de esperanças,
sonhos, expectativas, devoções imaginarias, desejos...
Desejo...

Desejo não me lembrar, pois a distância enlouquece aos poucos.
Mas me arde de uma vontade prazerosa de me esbaldar nas doses,
nas cores que tenho tão bem gravadas, no cheiro úmido das margens!

Sinto uma falta que não é tangível, mas que me atinge.
Que por vezes e noutroras me faz incompleta.
É quase um castigo, por que eu na verdade gostaria de amar
o que eu amaria, não o que é de fato.
Talvez devesse amar eu, mas eu, sou eu mesma!

Por isso é que escrevo:
Por causa de respostas que não sei,
vontades que ainda não tive e que anseio,
sempre anseio pelo que é novo!
Não sei ser uma estátua condenada a uma vida igual e fria,
tocada apenas pela mão que a lapida.
Escrevo pelo amor que eu tenho e que me alcança,
me atinge e me poe em estado de graça e ultrapassa,
me ultrapassa!
E que eu amo, por que eu amo essa maneira que a  amo!
Eu escrevo por que respiro e poderia escrever até sobre o ar...
Escrevo por que assim me conheço, me vejo, assim sei de mim!

É uma falta do que já se perdeu, e que a cada dia mais se distancia.
Mas essa falta é unicamente por que sinto como se sentisse falta de mim mesma,
e olhando pra trás, vejo as partes de mim que perdi, que desperdicei, que doei e não deveria, que cantei pra quem nada sentia - e as palavras que tanto amo sendo desperdiçadas... vejo partes de mim que eu reviveria!

Mas aqui e agora, o magnifico é me surpreender com o poder que tenho
de preencher o oco com o que eu quero, com o que ou quem eu anseio.
As vezes a distância também me falta a ponto de eu achar que o que ficou eu nunca amei, senti, cheirei, bebi, toquei, admirei!
Como uma lembrança embalsamada em neblina!

Então ouvindo o som que produz meus dedos ao tocar as teclas,
percebo que a graça está em tudo:
Na distância,
no oco - presente,
na saudade e na falta.
Tudo tem sentido,
pois não tem como existir uma história sem o começo meio e
fim.



Andrea Kirkovits