adicionada ao poço de minh'alma,
gota por gota!
Alguns tem dor por saber, por ser,
por querer, por sentir, por perder...
Eu a tenho por não saber,
que me assusta...
Tudo que eu sei é efêmero demais
ou sólido demais.
A realidade que me tange é áspera...
Na mente, toco com o cheiro:
Sinestesia que acalma.
Os bares são deveras asquerosos,
impregnados pela malícia...
Mas eu permaneço lá,
afinal, eu quero saber!
E qualquer trevo de súbita realidade
me faz escrever.
A luz é tênue,
pois a mente se acende aos poucos
e é nela que escrevo melhor,
por que qualquer faísca já revela o céu
cheio de luzes incandescestes,
e delirante, me deito sem saber...
Fico ali, estonteada e maravilhada:
me lembro da mocidade na avenida.
Eu quase que morria de aflição e saudade
Mas despercebida, e com naturalidade,
ela me surge na porta
e os pilares a colocavam numa moldura:
era sim a descrição do amor.
Andrea Kirkovits