terça-feira, 8 de outubro de 2013

...mas não volta...

As vezes, nalgumas vezes,
me invade uma vontade insana de desfocar o que me invoca.
Ou mesmo, se fosse possível dar um zoom então,
enxergar com tais lentes o que acontece.

Mas creio que não existam lentes que ampliem nossa visão
e que nos permitam prever o futuro ou rever o passado.

Sim, eu sempre me pergunto o que é que acontece nos bares daí!?
Que consequentemente ficam nas ruas, na calçadas, que seja...
Onde eu também não sei o que é que acontece!
Gostaria de saber das fases da Lua,
do ritmo dos rios.

O duro mesmo é rever fotos, sabe?
Eu não sei.
Não sei se é bom por poder lembrar que já foi maravilhoso,
ou se é ruim por lembrar justamente o quão incrível era,
e não poder voltar e reviver !

E quando me percebo embalsamada pela implícita permissão
de viver esse momento idiota de querer voltar,
me sinto toscamente tola e pior, me permito mais:
me vejo num pandemônio.

A gente se pergunta se foi um erro,
algo que deveríamos ter dito e esquecemos,
ou evitamos, ou enterramos, ou simplesmente não falamos.
Ou talvez nada disso!

Então o que?
Então porque?
Se vejo as fotos tão vivas,
tão coloridas,
quase exalam o cheiro do momento.

O motivo é o seguinte:
muitas das paisagens, cenários,
cômodos ou o que quer que fosse,
são os mesmos.
O que nitidamente mudou foram as pessoas.
Essas se descoloriram,
se desacreditaram, se decepcionaram e se bloquearam.
E infelizmente, se calaram.



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