quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Cadê Meu Bem?


Dentre as noites taciturnas,
sem meu bem, tão tênue.
Precisando das minhas mãos
para fazê-lo dormir.

Prescrutando meus dias rubicundos,
descobrindo os outros corações,
debaixo de todo o baralho.

Cadê meu bem?
De jaez ele vêm?

É ígneo do fogo esse amor,
que roubou a novela do cotidiano,
de Bela desencantada.

Descendo ao meu porão,
vasculhando meu passado
banhado em rubicundos dias,

Cadê meu bem?
De que jaez ele vêm?
Motanhas de ilusões talvez.

Está se perdendo em meu passado,
querendo saber quem já fui, já foi,
que não sou mais aquele velho,
que na luz prateada e abstrata do espelho se refletia,
Lá no meu porão, onde a Fera também se esquecia.

Cadê meu bem?
De que jaez ele vêm?

Estás dilapidando a Bela,
com suas garras que me fogem a essa esfera,
Ímplicita!
Não tente prender,
assim você me perde,
e eu perco você.

Meu bem está esvaindo seu plácido ser,
nas minhas cartas com sonetos de
amores passados.
E esquecerá de mim,
em sua frenesi de controlar o que ainda nem sou,
contornando teias de aranha em meu porão.

Esquecendo de polir esse meu coração
de madre pérola,
minha herança de você,
desse jeito assim, será uma flor.
A pérola do fundo do mar,
Sendo a imensidão de azul,
pouco para equivaler a essa lagrima
que agora cisma em escorrer.

Quero meu ardiloso amor,
Cadê meu bem?
De que jaez ele vêm?

Vêm duma fase arcaica,
que prefere porões.


Andrea Kirkovits

2 comentários:

  1. maneiro,poderia se chamar o monstro do porão rsrsrs tô brincando...ficou bem claro ...não se usou tantas palavras dificeis...ficou bom

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