quarta-feira, 30 de março de 2011

Não Saber.


Não sei se sou capaz de medir o espaço que ocupo,
Talvez, unicamente por que eu não saiba qual a minha dimensão!
Sei que eu não coube num caís, numa praça, nem no quarto,
no corredor e menos ainda em cima de você...
Menos ainda: quase nada... É capricho fulgas.
E não estou também pedindo medidas, ou aclamando a urgencia de meu ser,
e nem se fala em grandeza.
Me bastaria apenas saber...
Mas é muito provável que também o Não Saber já um modo de saber sobre meu ser!
E eu sei que NÃO posso parar de respirar,
Se não posso parar de respirar,
eu sei que como qualquer outro ser vivo,
Eu VIVO.
Então é isso?
Eu saberei atravez do que eu não sei?
Parece que sim! Me negar então, bastará!
Vou negar tudo, menos que vivo!
Mas agora sinto a minha respiração tão abafada,
que é como se logo mais ela fosse me levar de volta de onde eu vim,
regredindo mutavelmente:
respiração cutânea... Para apreciar meu silencio.
Mas assim ela seria automática, e, se fosse automática,
eu não mais negaria? S
e sim,
como eu me saberia?
Por espelhos? Pode ser...
Mas meu físico é só físico,
que pode até inspira-los a só Deus sabe o que!
Já não tenho me importado,
tenho pintado as unhas já por habito.
E se eu escrevo assim, desesperada,
é unicamente por que eu não sei...
Talvez se eu soubesse, ganharia dinheiro!
Escrevo por que eu não sei, e isso deve ser o que tenho de mais puro:
Não saber e querer saber!
Continuarei minha escrita precária,
até que um dia as palavras me soem de forma conexa numa mesma frase,
e seria uma frase em meio toda uma biblioteca - infinita!
Mas eu leria,
Talvez assim ME LERIA!
Procuraria e talvez saberia;
Imagino que eu seja toda essa infinita livraria:
Catedral de mim mesma!
Matéria viva de mim, em mim mesma,
do que ainda desconheço.
Um livro velho...

Andrea KIrkovits

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